domingo, 1 de maio de 2011

Filhos em três tempos

Boa tarde pessoal! Segue abaixo uma reportagem acerca da criação de filhos de diferentes idades e da superação das dificuldades de uma gravidez na adolescência. Mostra como esta receita, às vezes muito amarga, pode também ser coroada de êxito, amor e felicidade. 

Fernanda e Alexandre Barsotti, que se casaram grávidos na adolescência, contam como fazem para educar os filhos com idades muito diferentes.

FILHOS EM TRÊS TEMPOS
No grupo de amigas de Fernanda Barsotti, 34 anos, ela é uma das maiores conselheiras quando o assunto é filhos. Não por acaso. Mãe de Aline, 20, Alexandre Lucas, 12 e Gabriel, 3, Fernanda estreou na maternidade muito cedo {ela teve Aline aos 14} e passou a maior parte da sua vida entre papinhas, sucos e lancheiras. Portanto, tem vivência de sobra nesta área. E hoje curte com o marido, o publicitário Alexandre, 39, uma família com filhos de três gerações bem diferentes. 
"Às vezes é complicado juntar todo mundo em um programa, porque os desejos são muito diversos. Mas posso dizer que é uma delícia acompanhar as histórias e as fases de cada um." Diz Fernanda, protagonista de uma história admirável. 

Aos 11 anos, ela começou a namorar Alexandre, que fazia parte da mesma turma do bairro Ipiranga, na zona sul de São Paulo. "Foi amor à primeira vista", conta rindo. No começo meus pais não me deixavam sair, mas depois de uns meses ele conquistou a família toda." Três anos depois, decidiram terminar e o rapaz, que foi viajar com os pais para Santos, amargou um fim de semana de lágrimas no litoral. Na volta, subiu a serra chorando porque queria reatar com a namorada. Voltaram e, meses depois, Fernanda descobriu que estava grávida. "Fiquei tão perdida e confusa que não tive coragem de contar para minha mãe. Eu e o Alexandre conversamos com a minha sogra, que marcou um jantar com os meus pais na casa dela para contar tudo", relembra. 

Depois do revelador encontro, no qual Fernanda tremia de medo da reação dos pais, os jovens decidiram se casar. Em nenhum momento, conta, houve pressão da família, mas o casal estava apaixonado e queria ficar junto. A aposta de amigos e parentes, porém, era de que a união não iria durar muito tempo. "Eu entregava o convite do casamento e as pessoas diziam na minha cara que não iria dar certo. Depois da cerimônia, que foi muito emocionante, passamos a morar num quartinho no fundo da casa da minha sogra, porque nossa casa não estava pronta. Acabei não curtindo a gestação e  os preparativos, porque era um período de muita ansiedade. Eu ia à escola com o barrigão e ouvia fofocas de colegas, professores e vizinhos."

Fernanda freqüentou a escola até dar à luz, de parto normal, Aline, que nasceu de oito meses. "Nós éramos duas crianças aprendendo a cuidar de outra criança e crescendo juntos", diz Alexandre. Nessa época, ele trabalhava o dia todo e estudava à noite, enquanto Fernanda cuidava da filha e da casa. Nenhum dos dois queria pensar em ter mais filhos. Essa vontade só chegou quando a vida começava a se estabilizar; "Aprendemos a ter uma casa e sustentar uma filha. Quando eu estava perto de 20 anos, nossa situação financeira melhorou e comecei a pensar em ser mãe novamente". Fernanda sonhava com um garoto. Alexandre, também. Em seguida, eles engravidaram e... era um menino!

Dessa vez, ela comprou todo o enxoval e curtiu cada momento da gravidez. "Pude experimentar sensações deliciosas ao ver a barriga crescer e sentir o Alexandre Lucas se mexer. Com a Aline, que amei desde o primeiro instante em que vi, foi diferente. A gravidez precoce não me permitia viver essas emoções tão intensamente."

O menino nasceu enorme {quase 4 quilos!}, também de parto normal, e trouxe nova rotina à história do casal. Para driblar o ciúme natural de Aline, a mãe fazia questão de incluí-la em todos os cuidados com  o bebê, desde a preparação do quarto até a hora de fazer a papinha. "Quando comprava algo para o Lucas, trazia também para a Aline. Aliás, faço isso até hoje." 

Com o tempo e a casa bem estruturada para acolher os dois filhos, a vida incluía pequenas viagens românticas, estratégias que reciclavam a relação e davam um up no dia a dia.  Formada em instrumentação cirúrgica e com outra faculdade a caminho, Fernanda fazia planos de ingressar no mercado trabalho, enquanto lidava com as necessidade da filha, já adolescente, e de Alexandre Lucas, com 8 anos. Não pensava mais em ter filhos até que... se descobriu grávida! "Eu estava tomando pílula e comecei a passar mal, por isso decidi parar. Um mês depois, engravidei."

A surpresa encheu a família de alegria. "Estávamos mais maduros, havíamos alcançado a estabilidade, foi uma época bacana. Essa terceira gravidez foi também muito comemorada, embora tenha sido completamente inesperada", diz Alexandre. "A gestação foi muito calma, mas tive, pela primeira vez, que ficar em repouso absoluto no final. Eu queira arrumar as coisas, cozinhar, que eu adoro, mas ninguém deixava. Até o Alexandre Lucas, pequenininho, queria me ajudar", relembra Fernanda.

Gabriel hoje está com 3 anos e é a curtição não só dos pais, como dos irmãos. "Como cada filho tem seu quarto, e o apartamento é grande, não há invasão de privacidade", diz Fernanda. Mas é o caçula quem hoje dá o tom na sala, que volta a ter brinquedos espalhados. "Nossa casa é à vontade e a prioridade sempre foi a criançada", confessa a mãe, que só agora decidiu contratar uma babá. Preocupada em atender as necessidades de cada filho, ela busca a integração da família o tempo todo. Se viajam, por exemplo, todos têm que ir. E, por isso, o destino é escolhido para agradar a diferentes idades. "Como não tinha babá, sempre adaptei a família a conviver em grupo da melhor maneira. Fazemos um círculo que inclui todos".

Alexandre considera a experiência com a paternidade em três tempos distintos muito enriquecedora. "Aprendemos muito com eles, cada um em sua fase, com as descobertas próprias da idade." Com Aline, a sintonia é tanta que ela escolheu a mesma profissão do pai. Independente, a jovem trabalha em uma agência de propaganda e fez a mesma faculdade de Alexandre. "O fato de não termos muita diferença de idade só nos aproxima. Saímos juntos, vamos em baladas e nos divertimos em família". Com o Alexandre Lucas, os programas incluem futebol, surf {que o pai ama} e outras atividades 'de menino'. E o bebê é o foco do pai quando chega do trabalho. "É o momento de brincar com ele antes de dormir."

Para o casal, a família formada precocemente e o casamento de 20 anos ajudaram a deixá-los ainda mais próximos, cúmplices e parceiros. "O segredo é que respeitamos o espaço do outro e valorizamos as conquistas de cada um", confidencia Alexandre. Fernanda, que lembra que o marido foi seu 'primeiro e único amor' _ "Primeiro beijo, primeira transa, primeiro amor"_ conta que é uma alegria quando as três gerações de filhos estão juntas, porque sua história fica completa: "Sou muito feliz e grata por essa vida cheia de acontecimentos tão bacanas." 
Fonte: revista crescer edição200pg36 

7 comentários:

Mamãe pela 2ª vez disse...

Que coisa linda ver um casamento de um casal jovem durar assim.

Exemplo a ser seguido, com Deus nos ajudando e dando vitória.
bjus

Pris Soares disse...

Marcelo, que reportagem perfeita!!! Lindo de ver!! E é um exemplo pro mundo de hoje em que o casamento é algo tão banalizado... Ser família é benção de Deus. Pra toda vida...
Ótimo post!!!
Abçs.

Anjinho disse...

Lindha história e raríssima, pq com certeza os adolescentes de hj ñ estão nem um pouco preparados para serem pais nem tão pouco para assumirem a responsabilidade de uma família.
Ainda q essa tenha dado certo, ñ acho q seja um exemplo a ser seguido. Qual pai quer q sua filha ou filhos seja pai ou mãe com apenas 14 anos?
Tdo tem seu tempo neh verdade? e há etapas em nossas vidas q precisam ser vividas e sempre digo: O tempo ñ volta jamais...Sempre digo para os meus alunos vivam suas infênacias, adolescencias e juventude, pois, qnd passar, já era.............
bjokas e mto obreigada pela força e carinho lá no meu cantinho, porém infelizmente acho q ainda ñ será dessa vez, tenho quase certeza.
espero q esteja enganada.
mas...........o geito eé esperar até amanhã.;

Marcelo Vieira disse...

Concordo com você Anjinho, é a exceção da regra. Mas casos como estes são pra serem amplamente divulgados. A gravidez na adolescência é geralmente dolorosa, pula-se muitas fases, mas ainda assim a dádiva de um filho é um motivo mais que especial para buscar ser feliz! E esta família é a prova que pode dar certo. Uma família admirável que mostra a superação como objetivo de vida.
Abraços

LUANA disse...

Amei essa reportagem , parece mais o menos com a minha historia .
bjss

Anônimo disse...

que estória linda!! Marcelo muito obrigada por compartilhar conosco, beijo e boa semana:-)

Sarah disse...

Oi Marcelo! Que legal teu blog! Acho que já tinha vindo, mas esqueci de comentar... Agora vou voltar mais vezes!
Realmente a diferença entre filhos é bem relativa né. Já tinha lido a história desse casal em algum lugar, é mesmo rara, mas um exemplo!
Ah, aproveitando, parabéns pelo meninão! Vou acompanhar a escolha do nome e toda a gravidez.
beijos!

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